Simplicidade e beleza (Simplicity and beauty)

Domingo foi um dia para pastelar. Hoje foi um dia um tanto ou quanto frustrante, pois os nossos preparativos  ficam sempre um pouco acima da capacidade da generalidade dos alunos. Hoje tivémos que voltar ao início, aos pronomes. O que vale é que dá sempre para brincar e já percebi que o mais importante mesmo, é nos divertirmos todos.
Depois das aulas, quatro alunas guiaram-nos num passeio de bicicleta. Fomos a um templo, onde um monge em inglês nos explicou que dava leituras e mulheres e crianças apareciam para assistir todos os dias (também quero assistir uma vez, mesmo sem perceber). Levaram-nos a lagos, diziam-nos que árvores encontravamos e também fomos a uma loja de plantas. É realmente um país lindo. Barcos, abrigos e outras construções em madeira compôem a beleza natural dos arrozais e do céu. Ao passar pelas aldeias, as pessoas sentadas cá fora não se cansam de sorrir.
Carregado com todo este positivismo e após ver as manifestações que vêm de Portugal através do Facebook, penso no previlégio que são os meus dias presentes e alguns pensamentos são me inevitáveis:
"Os tailandeses são pobres, parecem ser controlados pela religião, não parecem ser extremamente inteligentes, mas são educados, amáveis, respeitadores e generosos.
Parecem-me felizes. Vivem da agricultura e ninguém passa fome ou dorme na rua. Ok.. talvez alguns em Banguecoque, como acontece sempre em grandes cidades.
Não deveremos olhar para nós (para variar, em vez de para o governo) e tentar perceber se vivemos acima das nossas reais possibilidades? O que cada um produz é suficiente para termos tudo o que temos...? Pensem nisso.. Pensem na vida de quem, por exemplo, fabrica as camas onde dormem, e que provavelmente nem uma têm, mas que ironicamente, devem ser mais felizes que vós. Vivem algo real, simples.. simples. Em vez de algo montado em falsos alicerces e longe da nossa mãe, a natureza."

Sunday was a do nothing day. Today was somewhat frustrating because our preparations are always a little beyond the capacity of most of the students. Today we had to go back to the beginning, to pronouns. The good thing is that we always play, and I already realized that the most important, is that everyone have fun.
After school, four students guided us on a bike ride. We went to a temple where a monk told us, in English, that he reads for women and children that show up every day (I also want to attend once, even without understanding it).
They took us to lakes, told us the name of the trees in the way and we also went to a plant shop. It really is a beautiful country. Boats, shelters and other wooden constructions make up the natural beauty of the rice fields and sky. Passing through the villages, the people sitting outside don't get tired of smiling.
Loaded with all this positivism and after seeing the last manifestations coming from Portugal through Facebook, I think how privileged are my present days and some thoughts inevitably arise:
"The Thais are poor, seem to be controlled by religion, do not seem to be extremely intelligent, but they are polite, courteous, respectful and generous.
They seem happy. They live from agriculture and nobody is hungry or sleeping on the street. Okay.. maybe some in Bangkok, as it always happens in big cities.
Shouldn't we look at ourselves (for a change, instead of looking to the government) and try to understand if are we living above our real possibilities? Is what each produces enough to have everything we have ...? Think about it .. Think of the lives of those who, for example, make the beds where you sleep, and they probably don't even have one, but ironically, should be happier than you. Living something real, simple .. simple. Instead of something mounted on false foundations and away from our mother, the nature."