quarta-feira, 4 de julho de 2012

Bonjour France


No voo estranhei a agitação dos suecos excitados por irem de férias. Optei por me sentar ao lado de um casalinho asiático sossegado.
Novo reconhecimento a este aeroporto. Muitas cadeiras, muitos árabes e comida, só em máquinas. Aqui, sente-se outro entusiasmo por tecnologia. Num piso superior encontrei um chão alcatifado repleto de árabes. Achei que iria ter mais sossego lá fora, num grupo de três bancos inclinados sob uma árvore., Ao instalar-me, reparo na presença de outro apreciador de dormir ao relento a cerca de dez metros de mim. Dali, vinha um ruído constante de uma conduta de ar, mas a plataforma de tijolo e estuque onde se encontrava, era muito apelativa, parecendo própria para o efeito. Era cerca de uma da manhã e tinha de apanhar um autocarro que me levaria ao comboio perto das seis. Com o bilhete comprado, preparei o despertador. A paragem era já ali. Na chegada a Marselha, tinha dado para sentir a diferença de temperatura. A noite estava boa, mas naquela hora, a temperatura baixa e o casacão para o frio sueco serviu para me tapar. Dormi umas duas horas. Estava mais frio e o balançar dos ramos do pinheiro confirmavam a aragem que se notava. Já com o casacão vestido e o capuz encapuzado (eu, o Carlinhos), reparei que o companheiro já tinha disponibilizado o lugar. Ficando encostado a um edifício, pensei que poderia ficar mais abrigado. A pedra não estava propriamente fria mas não era o conforto da madeira a que estava habituado. Faltavam duas horas e pouco. E porque não dar uso ao saco-cama que até aqui só me ajudou a dar dores nas costas? Descalço, com o casacão e dentro do saco-cama, estava quase em casa. Que maravilha... Acordei um pouco assustado, ao ouvir movimento na estrada, pensando que poderia ter perdido o autocarro. Faltavam ainda trinta minutos. Bocejei, penteei-me e os empregados do aeroporto que passavam, iam olhando para mim... e eu para eles. (Bonjour, não sou de cá). Com a trouxa arrumada ainda tive tempo de ir à casa de banho.
O comboio para Nimes tinha sido caro mas era muito confortável. Esta vegetação já me é muito familiar. Nova programação do despertador e nova soneca.
Já em Nimes, certifico-me do horário e da paragem do autocarro, e vou-me restabelecer numa típica esplanada francesa. (Já tinha reparado no aeroporto. Os franceses cheiravam bem. Perfumes doces, leves...
Tás lá Nicolas.) O pouco inglês dos franceses confirma-se, mas aos poucos, o meu francês vem à superfície. Os preços aqui já doem um pouco menos.. um pouco. Que belo croissant :) E apesar de Elizabeth me dizer que não vou encontrar elegância na sua quinta, pelo menos aqui, já vi alguma. Uma elegância simples e despreocupada. J'adore.

Eis o meu horóscopo no jornal Metro francês:
Vous faites preuve d'une rare determination et cela force l'admiration de tous. Vous ne laissez aucun obstacle altérer votre optimisme. Bravo. :)



I was a little bit surprised by the excitement in the flight by the Swedes who were going on vacation. I chose to sit next to a peaceful Asian couple.
New recognition made at this airport. Many chairs, many Arabs and food, only in machines. Here, I can feel another enthusiasm about technology. I found a higher carpeted floor full of Arabs laying down. I thought it would be more quiet out there, on a group of three inclined benches under a tree. When I'm settling down, I notice the presence of other fan of sleeping outdoors about ten meters from me. From there, was a constant noise of a duct, but the platform of brick and stucco where he was was very appealing looking fit for the purpose. It was about one o'clock and I would catch a bus that would take me to the train close before six o'clock. With the ticket purchased, I prepared the alarm clock. The stop was already there. Arriving Marseilles, I felt the temperature difference. The night was good, but at that time, the temperature and coat for the Swedish cold was useful to cover me. I slept for about two hours. It was colder and the swinging of the pine branches confirmed the breeze. Already with the coat dressed and the hood hooded, I (Carlinhos) noticed that my companion had already made the place available. Being just aside one building, I thought it might be more sheltered. The stone itself was not cold but it was not the comfort of wood that I was used to. There was two hours and a few left to the bus. And why not to use the sleeping bag, that so far, only helped me to do some pain in my back? Barefoot, with the coat and inside the sleeping bag, I was almost at home. How wonderful ... I woke up a little scared when I heard movement on the road, thinking I might have missed the bus. There was still thirty minutes left. I yawned, I combed my hair and some airport employees, who were passing by, looked at me ... and I looked at them. (Bonjour, I'm not from here). With the bundle tidy, I still had time to go to the bathroom.
The train to Nimes was expensive but it was very comfortable. This vegetation is already very familiar to me. Another snooze alarm program and another nap.
Already in Nimes, I checked the timetable and the bus stop, and I restored myself in a typical French splanade. (I had noticed at the airport. The French smell good. Sweet and light aromas.) The weak English from the French is confirmed, but gradually, my French comes up to the surface. Prices here hurt a little less.. a little. What a delicious croissant :) And despite Elizabeth tell me that I won't find any elegance in her farm, at least here, I've seen some. Simple and carefree elegance. J'adore.

Here's my horoscope in the French Metro newspaper:
Vous faites preuve d'une rare determination et cela force l'admiration de tous. Vous ne laissez aucun obstacle altérer votre optimisme. Bravo. :)


Sem comentários:

Enviar um comentário