sábado, 21 de julho de 2012




Sábado foi dia de acordar tarde e de não estar sob ordens. Acordei mais cedo que eles e fui explorar os arredores da casa com a câmera fotográfica. Fui até lá acima, onde uma espécie de gruta serve de reservatório de água natural, e daí, é fornecida a água para a casa e os campos de cultivo que pertencem a esta.
Fomos descontraidamente para a casa do rio. Hoje, o dia seria passado no rio.  
Pequeno almoço tomado, engonhou-se um pouco, comeu-se mais qualquer coisa e lá fomos para o rio. Passámos pela carrinha onde Jamie dorme, démos-lhe os bons dias, apanhámos alguns tomates e maçãs (ainda verdes) e continuámos na direcção do sítio onde tinha estado com a Anna. Pelo caminho, vimos uma víbora de água a tentar comer um peixe. Tinha uns sessenta centímetros e a grossura de uma rolha. (É só mais um bichinho daqui).
Chris bateu uma sorna, Anna lia e eu, depois de escrever um pouco, lancei-me à procura de outra pequena cascata que fica uns metros à frente da que onde estávamos. Mais equilibrismo, mais Tomsawyerismo e voilá, outro sítio magnífico. A água cai toda por um pequeno espaço na largura do rio e as rochas, aveludadas pelas correntes, estão espalhadas aleatoriamente dando uma noção de espaço subaquático incerta. Explorei cada espaço e à medida que me ia agarrando às pedras, ia-me sentindo, cada vez mais, parte do cenário natural.  
O Jamie também apareceu, mas pouco tempo depois, a fome fez-nos regressar (a mim e ao Chris).
À noite quando esperava ir para a cama, a malta mais nova resgatou-me para uma festa numa pequena vila a quatro quilómetros daqui, no alto de um monte.
Era um espaço com uma discoteca ao ar livre, três barracas de comes e bebes e uma extensão razoável de mesas. Malta de todas as idades a dançar ao som de "martelos". Bebemos, fumámos e acabei por comprar uma garrafa de ponche. Quando nos metemos na pista, não podia acreditar, "Ai se eu te pego" (esta música persegue-me em qualquer parte do mundo - estou para ver na Tailândia), Kuduro, brasileirada, e os franceses todos contentes. A lusofonia a alimentar a alegria do mundo. Chris, energético como sempre, estava em delírio, e eu, ao meu estilo, dançava mais com expressões faciais que propriamente com o corpo (lembrei-me muito do Matos).
Intoxicava-me um pouco para ajudar, e quando estava contente, era hora de voltar para casa.
Já na La Boriette (a nossa casa), fumei um cigarro a ver as estrelas, consegui chegar à cama sem lanterna, ouvi uma música, e insaciado mas sem saber o que fazer, meti-me na cama como uma criança que quer brincar mais.

Jamie




Saturday was day to sleep until late and not be under orders. I woke up earlier than them and went to explore the surroundings of the house with the camera. I went upward, where a kind of cave is used as a natural water reservoir, and therefrom, water is supplied to the house and the terraces.
We went relaxed to the house of the river. Today, the day would be spent on the river.
Breakfast taken, we dillydally a bit, ate something else and went to the river. We passed by the van where Jamie sleeps, said him good morning, picked some tomatoes and apples (still unripe) and keep walking towards the place where me and Anna had been. Along the way, we saw a water viper trying to eat a fish. She was about two feet long and thick as a cork stopper. (It's just another animal from here).
Chris took a nap on a rock, Anna was reading and after writing a little, I sent myself looking for another small waterfall that it's a few meters ahead of where we were. More balancing, more Tomsawyerism and voila, another magnificent place. Water flows by a small space across the width of the river and the rocks, velvety by the currents, are scattered randomly giving an uncertain underwater space notion. I explored every space and as I was clinging to the rocks, I was feeling increasingly part of the natural scenery.
Jamie also appeared, but soon after, hunger made us come back (me and Chris).
At night when I expected to go to bed, the younger fellows bought me to a party in a small village four kilometers from here, on a top of a hill.
It was a space with an open air disco, three stalls selling food and drinks and a reasonable extension of tables. People of all ages dancing with the booming music. We drank, smoked and I ended up buying a bottle of punch. When we got into the dance floor, I couldn't believe it, "Ai se eu te pego" (this song follows me in anyplace in the world - I'm looking forward to see how will be in Thailand), Kuduro, Brazilian music, and the French were all happy. The Lusophone feeding the world joy. Chris, energetic as always, was delirious, and I, in my style, was dancing more with facial expressions that properly with the body (I remembered Matos very much).
I intoxicated me a little bit more to help, and when I was high, it was time to go home.
In La Boriette (our home), I smoked a cigarette watching the stars, made it to bed without a flashlight, heard a song, and insatiable but without knowing what to do, I went to bed like a child who wants to play more .

Sem comentários:

Enviar um comentário