terça-feira, 26 de junho de 2012


Jamalaya, o pintor, perguntou-me se hoje era um bom dia para me mostrar o atelier. Claro! Ele ficou realmente sensibilizado com o meu problema, e que por vezes, também o sentia. Como eu o dele. Foi recíproco.
A casa, pintada de várias cores, por fora, prometia. Também muito mística, com estátuas iluminadas compradas em museus de várias partes do mundo e quadros. Os seus quadros por todo o lado. Muitos com cores fortes, psicadélicas (como ele, há muitos HK que antes eram hippies) em composições complexas que nos levam ao transcedental. Diz que tem quadros que aperfeiçoa durante toda a vida.
Chegámos ao estúdio. Uau!! Que estúdio! Uma sala contruída para o efeito e anexada a sua casa. Duas janelas enormes de cada lado, e outra de frente, mais acima a fazer esquina com o tecto, davam uma luz impressionante ao espaço e permitiam-no observar de perto os seus objectos de trabalho, na natureza. Eu estava cheio por dentro. Disse-lhe que nunca tinha estado num estúdio de um pintor a sério. Uma paleta com as cores todas organizadas, os óleos em bisnagas, pinceis que nunca mais acabavam, uma estante cheia de livros de pintores famosos, pedaços de madeira e xisto onde tem desenvolvido os seus últimos trabalhos, e em frente, por baixo da tal janela, os seus trabalhos em exposição. Diversas aves ao natural ou em ambientes criados por si.
Falou-me um pouco de como trabalha, de como teve de adaptar o seu trabalho quando teve de ganhar um pouco mais para criar os filhos, de que aos catorze anos soube que era assim que se sentia ligado ao mundo e que era o que queria fazer, de que como ao observar a natureza, compreendeu muitas das leis do universo, dos sítios onde já viveu, da viagem que fez à Índia, À boleia desde a Alemanha e a roubar nos campos pelo caminho, etc.. Encontrava-me com poucas palavras. Uma pessoas riquíssima que gosta de parar para reflectir, de questionar, de aprender e de rir como um puto (ele tem sessenta e dois anos).
Já com o Janesvara à porta para me vir buscar para jantar, ofereceu-me um calendário com doze dos seus quadros e arranjou forma de minimizar o espaço na minha bagagem. É algo que tenho de levar comigo, nem que me ocupe as duas mãos.


Jamalaya, the painter, asked me if today was a good day to show me the studio. Sure! He was really touched by my problem, and sometimes, he also felt it. As I feel his. It was mutual.
The house, painted in various colors on the outside, was promising. Also very mystical, with lighted statues purchased in museums around the world and paintings. His paintings everywhere. Many bright colors, psychedelic (like him, many of HK were hippies before) in complex compositions that lead us to the transcendental. He says that he has paintings that improves throughout the whole life.
We arrived at the studio. Wow!! What a studio! A room constructed for this purpose and attached to his home. Two huge windows on each side, and another in front, high up to the corner with the ceiling giving an impressive light to the space and allowing him to closely observe the objects of his work, in nature. I was full from inside. I told him I had never been in a studio of a real painter. A palette of colors all organized, the oils in tubes, endless brushes, a bookcase full of famous painter's books, pieces of wood and slate where he has developed his latest works, and in front, just below the window, his works on display. Several birds in the natural or built environments by himself.
He told me a little bit about how does he works, of how he had to adapt his work when he had to earn a little more to raise their children, that at fourteen he knew that it was this way he was feeling connected to the world and that was what he wanted to do, that how observing the nature, he understood many of the laws of the universe, of the places where he lived, of his trip to India hitchhiking from Germany and stealing in the fields along the way, etc. .. I found myself with a few words. A rich person who likes to stop and reflect, to question, learn and laugh as a kid (he is sixty-two years old).
Already with Janesvara at the door to come get me for dinner, he gave me a calendar with twelve of his paintings and arranged it as to minimize the space in my luggage. It is something I have to take with me, even if it occupy my both hands.

Sem comentários:

Enviar um comentário